Depois da Folia!

E agora, José? A festa acabou, a luz apagou, o povo sumiu, a noite esfriou...
Tudo voltou como era, as colombinas perderam o brilho, as diabinhas voltaram a ser só o desejo mais intimo de cada mulher, os homens guardaram os seus melhores vestidos para o ano que vem.
Ninguém nunca vai saber quem era aquela diabinha, que no carnaval não era de ninguém, quem era aquela coelhinha de voz grossa e pelos nas pernas, que ser revelava a melhor das mulheres da festa.
As lembranças da folia de momo serão guardadas com carinho, mas agora o que interessa é a advogada respeitada, o empresário de sucesso, afinal tudo voltou ao normal. O que se quer agora é produção, desenvolvimento, lucro, atividade, conquistar o que se é almejado.
De volta à rotina, de volta à correria do dia-a-dia, as pessoas são cobradas cada vez mais como máquinas de produção. “Time is Money”, e o tempo que foi perdido tem que ser recuperado aos poucos.
O que fazer? Correr, ir atrás do prejuízo dos dias de folga e mal dormidos. Solução? Trabalho, trabalho e trabalho. Não há mais tempo pra nada.
Volta-se para a realidade maçante, volta-se para a vida de estresse e de pés do chão.
Mais fazer o que? O que é bom dura pouco e se dê por satisfeito quem conseguiu aproveitar intensamente todos os momentos de “descanso” e descontração que festas desse porte proporcionam.
Se sinta satisfeito quem conseguiu por pelo menos cinco dias fugir dessa realidade e ser em essência, sem se preocupar com nada.
Carnaval é isso, fuga, desejo, realização, vontade, loucuras...
Agora o jeito é esperar o próximo carnaval e preparar a próxima fantasia, os novos desejos que com certeza serão realizados.